Texto baseado nas informações fornecidas pelas delegacias de proteção às vítimas de violência e abuso de diversas cidades.
Se chegou ao limite, como fazer um plano seguro para abandonar um parceiro violento?
Poupe algum dinheiro e o deixe em algum lugar que ele não saiba que existe – uma conta bancária individual ou com um parente ou amigo.
Consiga um lugar seguro pra ficar – de preferência com algum amigo ou parente com quem ele não tenha contato. Se isso não for possível, pelo menos escolha um local onde, caso ele te encontre, haja alguém pra defendê-la ou chamar a polícia.
Será difícil sair de casa com uma mala num momento de emergência. Separe algumas roupas básicas – suas e se for o caso, dos filhos – e todas as coisas que forem preciosas pra você. Gradualmente, as tire de casa sem que ele perceba.
Se você possui conta conjunta com seu parceiro, abra uma individual em sigilo e consiga um cartão de crédito. Mude seu endereço bancário e o de cobrança do cartão para o endereço de um parente ou amigo. Se você não possui renda própria e não pode fazer nada disso, após a separação só tenha o cuidado de ir ao banco onde seu parceiro possui a conta conjunta e peça para retirar seu nome de lá. Isso evita que ele acumule dívidas que possam cair sobre você.
Obtenha certidões de casamento, nascimentos e leve seu passaporte e o dos seus filhos com você. Em alguns países, há serviços voltados para violência doméstica que ajudam nessas questões, mas se possível, faça o seu próprio plano.
O rompimento em si com um parceiro violento é extremamente perigoso. Saia de casa primeiro e termine a relação por telefone ou deixe uma carta. Se vocês não moram juntos e trata-se de um namorado, o conselho é o mesmo, mas se você tiver que vê-lo, termine a relação num local público e peça a alguém para vir te buscar.
Após abandoná-lo, corte o contato com seu parceiro até que um advogado ou autoridade lhe de apoio legal para lidar com a situação. Não atenda ao telefone ou responda mensagens de texto. Mande um e-mail dizendo que a situação de vocês será resolvida e que até então, ele deve se comunicar com você apenas por ali. E-mails podem ser usados como prova legal, portanto, não use qualquer outra via de comunicação. Deixe-o fazer propostas e ameaças onde você possa usá-las a seu favor.
Desconecte-se completamente de qualquer forma de mídia social que permita que seu parceiro acompanhe seus passos ou os dos seus filhos.
Quando estiver num local seguro entre em contato com as autoridades ou instituições responsáveis por violência doméstica para obter ajuda legal e maiores instruções sobre os detalhes do cotidiano.
Seguindo a orientação deles faça um plano de segurança para as crianças e animais de estimação. Levar as crianças à escola nos dias posteriores à separação, por exemplo, pode ser um risco. Você pode obter um mandado de segurança ou dar queixa criminal das ofensas cometidas por seu parceiro para garantir que ele mantenha a distância.
Como manter-se segura enquanto amadurece o plano
Conte a algumas pessoas o que está acontecendo. Explique que você já está se preparando para sair do relacionamento, e precisa apenas que eles fiquem alertas até você estar pronta. Você podem recorrer a família, amigos, seu patrão ou aconselhamento escolar. Em alguns países, como a Austrália, você pode até relatar todos os acontecimentos violentos junto a polícia, sem que tenha que tomar uma ação imediata contra o seu parceiro. Apenas para documentar os fatos. Se você sofreu agressão física por exemplo, ser examinada, fotografada – tudo isso ajudará na obtenção de futuros mandados de segurança e outros procedimentos legais. Mas antes de fazer isso, cheque sua legislação local. Em algumas cidades, se a polícia tiver conhecimento de violência doméstica, eles são forçados a agir.
Outra opção para que o histórico da violência em seu relacionamento fique registrado é escrever você mesma o que acontece. Mantenha os registros num lugar seguro. Se tiver um familiar ou amigo de confiança mande cópias para eles por e-mail. Essas informações poderão ser usadas pela polícia no futuro.
