Quer Ser Mais Feliz? Livre-se de Suas “Crenças Parasitas”
Photo by: Liza Andrews /PictureCure Photography Therapy
Acordar sem ânimo ou se deixar levar pela nostalgia são uns dos primeiros indícios de infelicidade e depressão. Seja devido a um fato específico, ou porque a vida de forma geral está perdendo o propósito. Como lutamos contra isso?
Vamos começar apontando as cinco principais áreas que nos trazem felicidade, e que irei referir aqui como "pilares emocionais" (a ordem pode variar para cada indivíduo):
1- Saúde
2- Família (incluindo a extensiva, pais e parentes, e em alguns casos, amigos íntimos)
3- Relacionamento Amoroso
4- Carreira
5- Dinheiro
Quando estamos sólidos nestes cinco pilares, os demais problemas parecem mais toleráveis. A razão é que eles recarregam nossas baterias, nos dão segurança, e por conseguinte, em vez de deixarmos a porta aberta para a tristeza e a sensação de impotência, encontramos a paz de espírito e a clareza mental necessárias para resolver problemas mais complexos: política, meio-ambiente, justiça social, etc...
Quando encaramos tragédias mundiais como a atual pandemia do COVID-19, que geram problemas nas áreas de saúde, social e econômica, a solidez dos nossos cinco pilares emocionais é de ainda maior relevância.
Apesar dos problemas trazidos pela crise serem avassaladores, e parecerem muito maiores do que nossa capacidade de resolução, para alguns de nós, o ponto comum é que geralmente, as áreas que mais nos afetam estavam fracas antes da crise. Casamentos já fragilizados não estão sobrevivendo as 24 horas diárias de convívio impostas pela quarentena. O índice de divórcios e violência doméstica aumentou em 28%. Pessoas que encaravam seus empregos como uma mera forma de pagar as contas foram as primeiras a serem despedidas, e outras que jamais tiveram economias, estão sendo forçadas a mudar de cidade ou ir morar com familiares, pois não são mais capazes de manter-se por conta própria.
Estas ocorrências nos encorajam a não viver a beira do abismo naquelas cinco áreas vitais para nossa felicidade, pois se o fizermos, um momento de crise será o empurrão final para o nosso infortúnio. Se você está atualmente insatisfeito com o mundo, ou nervoso com a cascata de notícias ruins presentes em todas as mídias, diminua o foco geral e concentre-se em você. Comece com uma análise franca dos seus cinco pilares emocionais.
Numa reflexão básica, você rapidamente identificará se está feliz com seu estado de saúde, sua carreira, sua vida amorosa e sexual, seu contato (ou a falta dele) com seus filhos, pais, parentes, e amigos, e finalmente, se você está satisfeito com suas finanças. A maioria de nós encontra deficiências em vários dos cinco pilares. Não desanime.
Anote o que encontrou de errado em cada um e, no melhor da sua habilidade, como você poderia tentar melhorar cada um deles.
É comum que culpemos outras pessoas por alguns de nossos problemas e esperemos delas as soluções. Neste exercício, evite fazer isso. Pense apenas no que você poderia fazer para melhorar sua situação. Mesmo que isso signifique persuadir a pessoa em questão a compreender seu ponto de vista, suas necessidades e colaborar com você. Lembre-se, parte da sensação de impotência vem de sentir-se a mercê dos outros. Tome as rédeas.
O segundo passo é acessar a sua ótica sobre os seus problemas. Ou seja, muitas vezes, você não sabe exatamente o que fazer para atrair mais clientes ou melhorar o diálogo com seu filho. Mas com este exercício, usado eficazmente por psicólogos e hipnotizadores, você irá descobrir se encara seus problemas sobre saúde, família, amor, carreira e dinheiro de forma positiva ou negativa. Se estes são assuntos que você considera terem soluções possíveis ou estão fora do seu controle. Se você os enxerga de forma clara ou traumática. Ao identificar estes aspectos da sua percepção (que você pode nunca ter se dado conta), você identificará como velhos traumas tem te impedido de viver melhor e estará prestes a ganhar o controle que lhe falta para explorar melhores soluções.
Vamos começar com a sua carreira. Você tem quarenta anos e acha que faz tudo o que pode e não é reconhecido. Trabalha arduamente, mas nunca obtém aquela promoção. Quando pensa em sua carreira, relaciona seus esforços à frustração. Você gasta tempo e energia naquela empresa diariamente, mas todas as decisões sobre sua carreira estão nas mãos de outras pessoas.
Agora, saia dessa realidade e tente voltar no tempo. Não ao inicío de sua carreira, mas quando você era criança e escutava sua família falar sobre as carreiras deles. Aqueles comentários eram positivos? Seu pai se matava em dois empregos para conseguir pagar as contas ou era elogiado e remunerado por seus esforços? Faça o mesmo exercício com sua vida emocional. Quando você retorna à sua infância, o que seus pais, tios e avós diziam sobre casamento? Era uma experiencia positiva e gratificante ou uma armadilha que lhes roubava a liberdade? Maridos e esposas eram considerados amigos e confidentes, ou se deveria esperar traições e mentiras?
Repita este exercício com os cinco pilares emocionais. Permita-se voltar no tempo até recordar as primeiras conversas sobre aquele assunto e anote os comentários que ouviu. Anote todos que se lembrar, de diferentes fontes de influência da época. Mesmo que você não tenha memórias claras sobre estas informações no momento do exercício, deixe a pergunta no seu subconsciente e a resposta virá em outro momento. Quando isso ocorrer, anote.
Na maioria dos casos, você descobrirá que embora seja adulto agora, e possa ter discutido diversos assuntos com seus pais e mentores durante sua adolescência e juventude, muitos (ou todos) dos cinco pilares não foram discutidos. Você apenas ouviu a opinião dos outros quando criança, e as absorveu como "Crenças Parasitas".
Como o nome sugere, em nosso método PictureCure chamamos de "crenças parasitas" aquelas crenças que nunca foram suas, mas vivem em você, drenando suas forças e enfraquecendo-o. Ao longo de sua vida adulta, você provavelmente tomou muitas decisões sob a influências delas, nem se dando conta de que elas estavam agindo no seu subconsciente. Por exemplo, se seu pai trocou a carreira artística dos sonhos dele por uma que não gostava para melhor sustentar a família, e você o ouviu dizer que "o dever vinha antes do prazer", você pode inconscientemente ter feito escolhas semelhantes, e agora estar num emprego ou carreira que odeia pelas crenças que eram do seu pai, não suas.
Se este for o caso, ao identificar que essa "crença parasita" te levou na direção errada, é tempo de fazer as pazes com o fato. Entender que talvez sua carreira esteja indo na direção errada não porque os outros não te apreciam, ou porque você é uma vítima, mas porque você não esteja se dedicando totalmente a este caminho insatisfatório. Não pedindo o aumento que acha que merece, não se aperfeiçoando em sua função, e não investindo em network com pessoas que poderiam ajudá-lo a atingir seus objetivos.
Reparem que é na adolescência que começamos a questionar nossos pais e mentores. Começamos a fazer perguntas, discordar das pessoas e defender nossos pontos de vista. Mas nossa personalidade é moldada até os seis anos de idade, quando ainda não temos experiências próprias na maioria dos cinco pilares, e não temos condição alguma de filtrar o que vemos e ouvimos. Portanto, é natural que nosso primeiro entendimento do mundo seja feito através dos olhos daqueles que nos criaram.
A razão desse método de regressão ser utilizado com sucesso por diversos profissionais das áreas de desenvolvimento pessoal e profissional é que ao revelar as influências negativas que ainda ditam nossa forma de viver, podemos neutralizá-las e substituí-las com novas idéias mais adequadas aos nossos atuais desejos.
Os medos e apreensões dos outros, não são seus e se você os identificou, é hora de livrar-se deles. Pessoas de sucesso não perdem tempo reclamando ou postando suas insatisfações em mídias sociais. Elas investem sua energias nos esforços que os levarão a conclusão perfeita dos seus planos. Algumas, com o amadurecimento, se tornam emocionalmente esclarecidas o bastante para identificar as crenças de seus antepassados e não permitir que elas os afetem. O cuidado é não apenas pensar que estamos fazendo o oposto do que nossos pais faziam. Estamos lidando com o subconsciente. Mesmo quando temos a clara intenção de sermos melhores, eventualmente, iremos mirar na direção desejada, mas acertar o velho alvo negativo que nos era familiar.
Apenas identificar uma crença parasita não é suficiente para mudá-la. Tive muitos clientes que lutaram com esta etapa. Acostumados a uma lente negativa e traumatizada que os mantinha em sua zona de conforto, muitas vezes eles culpavam os outros por seus fracassos. Resumindo, eles queriam o lado bom da mudança, mas quando os altos e baixos ocorriam, ainda procuravam o velho bode expiatório para culpar.
É natural termos medo mesmo das mudanças que consideramos positivas. Mudar requer uma dose de esforço e determinação e nem todos estão dispostos a se comprometer. Por isso, a etapa final deste exercício propõe as perguntas:
1-Desejo assumir as responsabilidades envolvidas em tomar as rédeas de minha vida?
2- Me sinto mais feliz tendo o controle mesmo que com isso não tenha ninguém mais a culpar pelo meu insucesso além de mim mesmo?
Se as respostas foram sim, esse processo de desenvolvimento pessoal e profissional será positivo, e ao terminá-lo, você se sentirá aliviado e cheio de esperança. Para os que não têm tempo, desejo ou condições financeiras de fazer um tratamento psicológico tradicional, esta auto-análise e exercícios (se feitos com frequência e determinação) podem mudar sua forma de ver o mundo. Com sua nova ótica, você será capaz de resolver diversos problemas que considerava irresolúveis enquanto refém de suas crenças parasitas. Boa sorte!